Abel Chivukuvuku é neste momento o político mais cobiçado em Angola. Ele está prestes a redefinir o cenário político angolano com uma nova estratégia: demarcar-se da linguagem radical que tem marcado alguns sectores da política nacional. Ao adoptar uma postura mais moderada e apostar no centro, ele pretende construir pontes em vez de trincheiras, atraindo uma base eleitoral mais ampla e diversificada.
Por Malundo Kudiqueba Paca
A frase “na política não há adversários permanentes” encaixa-se perfeitamente na trajectória de Abel Chivukuvuku e na sua visão estratégica do jogo político. Ao longo dos anos, Chivukuvuku demonstrou uma habilidade única de superar divergências e construir pontes, mesmo com aqueles que, em algum momento, foram seus maiores opositores.
Chivukuvuku, ex-membro da UNITA e agora líder do PRA-JA Servir Angola, compreende que a política é feita de momentos, oportunidades e interesses, e que as alianças são temporárias, mas os objectivos maiores permanecem. “A verdadeira política não se faz com inimigos eternos, mas com alianças estratégicas”, e essa tem sido uma das grandes marcas da sua actuação.
Abel Chivukuvuku tem uma capacidade de transcender o partidarismo. Ele tem uma visão de Estado que vai além das disputas eleitorais e das diferenças ideológicas. Enquanto muitos políticos se perdem em jogos de poder, Chivukuvuku foca-se em construir pontes, e não muros. Essa postura torna-o um nome viável para qualquer coligação governamental, seja qual for o partido vencedor das próximas eleições de 2027.
A política é a arte de transformar dificuldades em oportunidades. Chivukuvuku tem demonstrado uma habilidade singular de navegar pelos mares turbulentos das alianças políticas. Com a recente legalização do PRA-JA Servir Angola, o veterano político não só conquistou uma vitória judicial, mas reafirmou a sua presença indispensável no cenário político nacional. Em 2027, ele não será mais uma alternativa: será uma necessidade.
Abel Chivukuvuku passou a ser a partir deste agora o político angolano mais desejado e cobiçado pelos dois maiores partidos do país. Num cenário político em constante transformação, é raro encontrar líderes com a capacidade de se reinventarem e continuarem relevantes. Chivukuvuku já provou que é um sobrevivente político. Como ele mesmo uma vez insinuou, “a política não se faz com inimigos permanentes, mas com aliados estratégicos” – e em 2027, Abel Chivukuvuku será o aliado mais estratégico que qualquer governo pode ter.
Essa dinâmica é moldada pelas circunstâncias e pelos interesses em jogo, onde o pragmatismo costuma prevalecer sobre convicções pessoais ou rivalidades passadas.
“Não se trata de gritar mais alto, mas de falar a todos e com todos” — Chivukuvuku entende que o futuro político de Angola exige uma abordagem que una, e não que radicalize. Ele está a apostar numa mensagem que cativa tanto os jovens desiludidos como os sectores moderados, cansados do extremismo e das velhas rivalidades.
“A verdadeira mudança vem do diálogo e da inclusão” — com essa visão, ele vai posicionar o PRA-JA como uma alternativa sólida, capaz de acolher eleitores que não se identificam nem com o discurso polarizador da UNITA, nem com a retórica conservadora do MPLA.
Chivukuvuku sabe que o caminho para o poder não está nas margens, mas no centro, onde as ideias moderadas e pragmáticas têm espaço para prosperar e construir o futuro que Angola merece. Ao distanciar-se do radicalismo, ele coloca-se como a ponte entre as diversas realidades do país, oferecendo uma política de soluções e não de confrontos.
No contexto do PRA-JA, é provável que Chivukuvuku busque alianças estratégicas, inclusive com figuras que já se opuseram a ele.. A política angolana, como muitas outras, é repleta de exemplos em que o pragmatismo supera o conflito pessoal, permitindo colaborações que podem mudar o curso de eleições ou decisões governamentais. Afinal, o adversário de ontem pode tornar-se o aliado de hoje, como um lembrete de que na política, as rivalidades são frequentemente temporárias e os interesses comuns, duradouros.
Dessa forma, a legalização do PRA-JA não apenas reabilita a figura de Chivukuvuku na política angolana, mas também abre portas para novas dinâmicas de poder e possíveis alianças. O futuro da política no país será, sem dúvida, marcado por esses movimentos estratégicos, onde o jogo de alianças poderá mudar rapidamente, conforme as necessidades de cada momento político.
Abel Chivukuvuku, a figura incontornável de 2027
Abel Chivukuvuku é, sem sombra de dúvidas, um dos nomes mais resilientes e carismáticos da política angolana. Com uma trajectória marcada por coragem, convicção e uma visão de Angola que transcende as divisões partidárias, ele coloca-se como uma figura que, em 2027, terá todas as condições para fazer parte do governo – independentemente de quem vencer as próximas eleições.
Por isso, é quase inevitável que, quem quer que vença, precisará de Abel Chivukuvuku ao seu lado. Não por conveniência, mas por necessidade. Ele traz consigo algo que falta em muitos líderes: a capacidade de unir em vez de dividir, de inspirar confiança onde há descrença e de promover o diálogo onde só existe o conflito.
A legalização do PRA-JA Servir Angola, liderado por Abel Chivukuvuku, introduz uma nova dinâmica no cenário político angolano, com implicações profundas para a oposição, em especial para a Frente Patriótica Unida (FPU). Esta coligação, formada por UNITA, PRA-JA e o Bloco Democrático, foi crucial para unificar as forças de oposição nas eleições de 2022, proporcionando um desafio histórico ao MPLA. Com o PRA-JA agora legalizado, surgem vencedores e perdedores neste processo.
Vencedores
1 – Abel Chivukuvuku e o PRA-JA Servir Angola
Sem dúvida, o principal vencedor deste processo é Abel Chivukuvuku. Após anos de luta judicial, a legalização do PRA-JA dá-lhe um novo fôlego e reafirma o seu papel central na política angolana. Chivukuvuku, uma figura carismática e experiente, já havia sido peça-chave na FPU, mas agora, com o seu próprio partido legalizado, ele tem mais liberdade para definir a sua própria estratégia.
Impacto: Chivukuvuku volta ao centro do tabuleiro político como uma força independente, com potencial para mobilizar uma base significativa de eleitores descontentes com o bipartidarismo entre MPLA e UNITA. O PRA-JA, com a sua promessa de renovação, pode atrair não só antigos apoiantes, mas também jovens e outros sectores da sociedade civil que buscam uma alternativa viável.
2. O MPLA
Paradoxalmente, o MPLA também pode ser visto como um beneficiário indirecto da legalização do PRA-JA. A fragmentação da oposição, com Chivukuvuku agora liderando o seu próprio partido, pode reduzir a coesão e o vigor que a FPU demonstrou nas eleições de 2022. Com a UNITA perdendo um aliado tão importante, o MPLA pode encontrar uma oposição menos unida, facilitando a sua estratégia de manter-se no poder.
Impacto: Embora a popularidade do MPLA tenha diminuído nas últimas eleições, a divisão da oposição pode ser um alívio estratégico, permitindo que o partido no poder mantenha a vantagem em 2027, principalmente se a oposição não conseguir coordenar-se de maneira eficaz.
Perdedores
1. Frente Patriótica Unida (FPU)
A FPU foi a grande força motriz da oposição nas eleições de 2022, com a união entre UNITA, PRA-JA e o Bloco Democrático. Essa aliança deu à oposição um vigor inédito, mobilizando eleitores que ansiavam por mudança. No entanto, com a legalização do PRA-JA, a FPU enfrenta um cenário de fragmentação. Chivukuvuku, que antes actuava como aliado dentro da coligação, agora tem a opção de concorrer separadamente com o seu partido, o que pode enfraquecer a união que foi tão eficaz.
Impacto: A FPU perde força, pois a saída de Chivukuvuku como líder do PRA-JA pode diluir a coesão entre os partidos da oposição. Sem a unidade que caracterizou 2022, o apelo ao voto contra o MPLA pode não ser tão forte, em especial se os partidos não conseguirem alinhar uma agenda comum.
2. UNITA
A UNITA emerge como um dos grandes perdedores desse processo. Em 2022, a liderança de Adalberto da Costa Júnior, em aliança com Chivukuvuku, impulsionou a oposição para um dos seus melhores desempenhos eleitorais. Agora, sem a certeza de contar com Chivukuvuku na mesma plataforma política, a UNITA enfrenta o risco de perder eleitores que simpatizam mais com a abordagem mais moderada e independente do líder do PRA-JA.
Impacto: A UNITA pode ver a sua base eleitoral dividida entre aqueles que preferem a linha mais dura do partido e os que se identificam com o estilo pragmático e conciliador de Chivukuvuku. Essa divisão pode reduzir a capacidade da UNITA de galvanizar um movimento amplo contra o MPLA, enfraquecendo as suas chances em 2027.
3. Eleitores Opositores ao MPLA
Entre os perdedores, também estão os eleitores que desejam ver uma oposição forte e unida. A legalização do PRA-JA pode fragmentar o voto da oposição, tornando mais difícil um resultado eleitoral contundente contra o MPLA. Com uma oposição dividida entre a UNITA, o PRA-JA e outros pequenos partidos, há o risco de desperdiçar votos que, unidos, poderiam ser decisivos para mudar o cenário político.
Impacto: Sem uma oposição unificada, o eleitorado que busca uma alternativa ao MPLA pode sentir-se frustrado. A falta de coordenação e alianças claras dentro da oposição pode reduzir a confiança na capacidade de qualquer partido ou coligação realmente conseguir uma transição de poder.
O Futuro: Caminhos e Desafios
Com o PRA-JA agora legalizado, o desafio principal será entender se Chivukuvuku irá optar por se manter como uma força independente ou se irá tentar renegociar alianças com a UNITA e outras forças de oposição. A chave para 2027 será a capacidade da oposição em manter algum nível de coesão. Caso contrário, o MPLA poderá explorar essa fragmentação a seu favor.
Por outro lado, Chivukuvuku poderá optar por posicionar o PRA-JA como um partido de centro, atraindo eleitores moderados de ambos os lados do espectro político. Este movimento pode transformar o PRA-JA numa peça central nas futuras negociações políticas, independentemente de quem estiver no poder. A sua capacidade de construir pontes e de agir como moderador poderá ainda torná-lo um nome viável para coligações governamentais, seja com UNITA ou até mesmo com o MPLA. Abel Chivukuvuku poderá fazer parte do próximo governo angolano de 2027.